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A Teologia da retribuição



Um vendedor acredita que a sua camisa amarela comprada na viagem de férias teve o poder de ajudá-lo no cumprimento das metas da empresa no último dia do mês. Esse vendedor se sente orgulhoso de sua poderosa peça de roupa. Um torcedor acredita que ao comemorar a vitória antes da hora diante da TV foi a causa da derrota de virada que o time sofreu nos últimos minutos de jogo. Esse torcedor até se sente “culpado” pelo infortúnio do time. Os supersticiosos estão sempre achando uma “causa oculta” para os fatos bons e ruins do dia a dia.

É assim, também, que funciona a Teologia da Retribuição. Os adeptos dessa teologia acham que o mundo funciona sempre na cadeia lógica de “causa e efeito”. Afinal, se você perdeu o emprego é porque você faltou no culto de oração da última quarta-feira. Ou se você perdeu um filho em um aborto espontâneo é porque a sua vida com Deus não estava bem ajustada. Ou ainda se você ganhou um novo emprego ou um novo filho é porque Deus está aprovando as suas atitudes e o seu ministério.

É assim, também, que pensavam os amigos de Jó: os justos sempre prosperam e os ímpios sempre se dão mal. Mas eis que surge Jó, um homem inocente e íntegro que simplesmente perde tudo o que tem. Jó quebra a narrativa da Teologia da Retribuição. Todavia, o mais impressionante é a resiliência de Jó. Mesmo diante das acusações de seus amigos, que estavam guiados pela Teologia da Retribuição, Jó defendeu até o fim a sua inocência. A resistência de Jó em acatar o discurso de seus amigos nos ajuda hoje a entender que nem tudo o que acontece no mundo pode ser explicado pela sequência de “causa e efeito”.


Pr. Sergio Fernandes

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