
Sobre a questão do testemunho pessoal do líder, há um fato que nem sempre é considerado. É que por vezes isso se torna um fardo muito pesado para ele. E precisamos falar sobre isto!
O pecado de um líder cristão será sempre maior que o pecado de um membro comum da comunidade de fé.
As pessoas parecem esquecer que o líder não deixou de ser homem ou de ser mulher porque é líder. Mas a realidade é que ele ou ela está também sujeito a errar, a cometer tropeços. E esse “esquecimento” dá lugar a muitas injustiças contra o líder cristão.
A condição humana é inerente a todos nós e ela é marcada por falhas, incertezas, dúvidas e contingências. E o líder cristão não foge à essa condição. Essa cobrança que se faz ao líder em função do seu testemunho pessoal por vezes é cruel e até sádica, no interior das igrejas evangélicas.
Diante de uma falha, ou do que se entende como sendo uma falha por parte do líder (que pode não ser, necessariamente, uma falha), esquece-se tudo de bom que ele praticou, ignora-se toda a sua entrega, por vezes, demonstrada ao longo de anos de caminhada ministerial, e o foco recai então nessa falha ou suposta falha.
Reafirmamos aqui a necessidade do líder zelar sempre pelo seu bom testemunho cristão, evitando o mal e situações duvidosas, que podem lhe causar embaraços em sua atividade. Em que pese o fato de que liderar é influenciar, logo, sua influência precisa ser marcada pela ética.
Noutra mão, reafirmamos também a necessidade de que o líder cristão seja considerado em sua humanidade. Que tudo que ele fez e faz de bom também seja considerado quando se constatar uma falha de sua parte. E que seu caráter não seja definido e rotulado a partir de situações pontuais em sua trajetória. Um bom livro pode conter um parágrafo ou mesmo um capítulo questionável, sem deixar de ser, por isto, um bom livro.
Pr. Sergio Fernandes
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